Você já percebeu que é comum muitos pacientes chegarem ao consultório com sensibilidade dentinária (HD)? Nesses casos, precisamos vasculhar todas as causas, 

tentando compreender o que está levando o paciente a ter essa sensibilidade. 

A HD é uma consequência da mudança do estilo de vida do século XXI, que gerou um aumento da expectativa de vida da população. Logo, a dentição natural funcional fica mais propensa ao desgaste dentário. A seguir, a Dra. Fernanda Oliveira explica mais sobre este assunto. Confira!

O que é sensibilidade dentinária?

Por definição, a sensibilidade dentinária  é uma dor aguda e passageira do resultado da dentina exposta a algum estímulo, seja ele térmico, evaporativo, táctil, osmótico ou químico, que não pode ser atribuída a nenhuma outra forma de defeito ou patologia. 

Quais são as principais causas da sensibilidade dentinária?

A sensibilidade está aparecendo cada vez mais no consultório. Geralmente, considera-se como processo multifatorial, mas com um tipo de desgaste dominante. É possível que haja uma interação de pelo menos dois processos. São eles:

  • Abrasão: muitas vezes os pacientes usam dentifrícios muito abrasivos, causando ao longo do tempo um desgaste da estrutura dental. Escovas muito duras ou força excessiva na escovação também podem causar esse desgaste a longo prazo. 
  • Erosão: alimentos ácidos, bulimia, refluxo gástrico causam erosão dentária quando esses eventos ocorrem numa frequência alta. O local de trabalho também influencia, por exemplo, pessoas que ficam expostas a produtos químicos em fábricas. Alguns medicamentos podem causar náuseas e vômitos, causando essas lesões.
  • Abfração: traumas oclusais, má-oclusão, contato prematuro, excesso de carga mastigatória, hábito parafuncional (bruxismo). Também são eventos que a longo prazo farão abfração. 
  • Atrição: a atrição é um desgaste dente a dente, normalmente causado por bruxismo. Este desgaste se dá nas bordas incisais dos dentes anteriores e oclusais dos posteriores. O bruxismo tem como causa multifatorial: estresse, ausência de dentes, medicamentos que desencadeiam o hábito, tensão muscular, posição da coluna, entre outros. 
  • Recessão gengival: a maioria desses processos estão relacionados com a recessão da gengiva, que quando recessiva deixa parte da raiz exposta, e o cimento que fica exposto é mais suscetível a estes desgastes do que o esmalte dentário. 

Como funciona o tratamento da sensibilidade nos dentes?

O tratamento da HD é um desafio para o profissional, porque saber identificar exatamente todas as causas e tratar uma a uma é bem difícil. 

Para que você faça o diagnóstico correto é imprescindível que você escute o seu paciente, vasculhe todas as causas, observe os hábitos alimentares, os problemas de saúde e comportamento dele. O ambiente que ele está inserido, sua profissão, seus hábitos do dia a dia, entre outros. Uma boa anamnese é a chave do sucesso para que você trate esse problema. 

Depois de identificadas as causas, você tenta eliminar o máximo delas fazendo restaurações quando necessário, conversando com o paciente sobre as questões medicamentosas, falando sobre os hábitos alimentares. Também é importante instruir para a correta higienização com escovas de cerdas macias e dentifrícios não abrasivos, fazendo uso de placa para bruxismo quando necessário. 

Após você tratar as etiologias, você ainda pode lançar mão de usar dessensibilizantes, tentativas de enxerto de conjuntivo para restabelecer a recessão gengival. Ainda podemos utilizar de terapias como laser para sensibilidade. 

Você deve ter em mente e passar para o paciente que a HD em sua grande maioria não tem uma “cura” e sim um alívio dos sintomas. 

Conclusão

Enfim, é muito importante você ter em mente que apenas fazer a restauração da lesão ou fazer enxerto de conjuntivo não vai resolver o problema da sensibilidade dentinária. Você precisa ir em busca do maior número de causas e tratar uma a uma, levando em consideração que o paciente é multifatorial e que tudo que acontece na sua vida, desde seu código genético até seus hábitos tem consequências na sua saúde bucal.

Por isso, é imprescindível você educar o seu paciente e fazer ele entender a importância de fazer prevenção em saúde bucal. Gostou deste artigo? Então aproveite para compartilhá-lo com outros profissionais da área! 

 

Colaboração de

Dra. Fernanda Oliveira